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sexta-feira, 5 de julho de 2013

FHC: onda de protestos não beneficiará nenhum partido

Análise do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a onda de protestos e a transformação.


Conteúdo: LUCIANA NUNES LEAL - Agência Estado
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse, nesta sexta-feira, que a onda de protestos não vai beneficiar nenhum partido em particular. "Foi bom para todo mundo, mas não para favorecer tal ou qual partido. Quem imaginar que vai tirar proveito eleitoral de manifestação espontânea, chamada pela internet, perdeu. O povo não vai mais nessa onda, isso é passado. Os partidos têm que estar com ouvidos abertos para entender quais são as vozes das ruas, que são muitas", disse Fernando Henrique, que participou do início de uma reunião do Instituto Teotônio Vilela, com a presença do senador Aécio Neves, e de antigos colaboradores do governo tucano, como Armínio Fraga e Edmar Bacha.
Ele defendeu a reforma política, mas alertou que um plebiscito não pode servir para manipular eleitores e que é preciso tempo para esclarecer o que será discutido. "A reforma política é muito importante, embora não fosse reclamação imediata dos protestos. Não sei se o plebiscito é a melhor maneira, são muitas perguntas, toma tempo. Os tribunais de Justiça Eleitoral disseram uma coisa verdadeira: o plebiscito não pode ser para manipulação, para o povo votar sem saber no que vai votar. Tem que haver discussão prévia", afirmou.
O ex-presidente disse se arrepender de não ter feito reformas que entrassem em vigor no médio prazo. "Me arrependo hoje de não ter feito reformas para valerem em cinco anos, é mais fácil de aceitar. Não sei se essa pressa vai facilitar ou dificultar a reforma política. O fato de não dar tempo para 2014 (para as eleições de) não deve ser impedimento de o Congresso discutir a sério", afirmou.
Ao comentar a reação da presidente Dilma Rousseff à onda de protestos, Fernando Henrique disse que "o governo tentou, num primeiro momento, tirar de cima dele o problema" ao propor a reforma política. "Jogou para o Congresso. A reforma política é importante, mas tem outras questões. Ao fazer isso (propor o plebiscito), o governo chamou para si o problema. Resultado: o desgaste do governo federal é enorme".

Assessoria OEB LCWEB

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