Conteúdo Estadão
Gustavo Santos Ferreira
O derrocada de Eike Batista nos negócios talvez só não seja tão grande quanto a ânsia dos meios de comunicação em apontar o dedo para a sua desgraça.
A agência Bloomberg destaca nesta quinta-feira, 4, em dinheiro, o tamanho da capotada do brasileiro que prometia ser o homem mais rico do mundo: desde o maior pico de sua fortuna, de U$ 34,5 bilhões em 2012, até o dia 2 de julho, Eike ficou 91,6% menos bilionário – e não “mais pobre”, convenhamos.
Eike. Já perdeu US$ 31,6 bilhões de seu impérioA fortuna do magnata brasileiro está avaliada agora em US$ 2,9 bilhões, o equivalente a R$ 6,7 bilhões na cotação atual do dólar.
Os papéis da principal empresa do Grupo EBX de Eike, a petrolífera OGX, estão em queda há algum tempo. Mas nada se compara à queda livre em desfiladeiro dos três primeiros dias desta semana: desvalorização de 50,6%.
Desde seu maior valor histórico, as ações da empresa caíram 93%. Custavam R$ 23 em outubro de 201o. Chegaram a R$ 0,39 na quarta e podem vir a custar R$ 0,10 em breve.
Fim de linha? Na quarta-feira, a Bloomberg já havia destacado que Eike usou R$ 2,3 bilhões do próprio bolso para conseguir liberação de financiamento de R$ 10,4 bilhões do BNDES.
Mas, embora a instituição de fomento do governo federal do Brasil tenha sido generosa mão estendida para Eike no passado, a fonte deve ter secado.
O Financial Times destaca em seu site a resposta do ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, quando questionado se o governo ajudaria de novo Eike, agora a sair do buraco: “Não”, disse apenas.O BNDES afirmou em nota considerar “muito pequena” a quantia com a qual se comprometeu com Eike. O FT mais uma vez não aliviou na avaliação:
“Pode ser ‘pequeno’ para o gigantesco BNDES – de longe a maior fonte de crédito para as empresas brasileiras -, mas, para os brasileiros que protestam nas ruas, é um carregamento de dinheiro que poderia ter sido mais bem utilizado noutro lugar.”
Esse ponto de vista talvez ajude a entender o fascínio causado pelo drama de Eike Batista.
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